A cinco meses do Campeonato do Mundo sénior feminino de andebol, a decorrer na Espanha, o secretário de Estado para os Desportos, Carlos Almeida, defende que Angola pode melhorar o sétimo lugar alcançado em 2007, na França.
Segundo o governante, com aposta na planificação e na criação de condições ideais, a Selecção Nacional pode atingir outros patamares. O desafio foi lançado às Pérolas, após a deposição do troféu Edith Bongó na Galeria dos Desportos.”Podemos criar condições e a nossa pretensão é sempre melhorar. Naquela altura, Angola chegou ao sétimo lugar, agora vamos duplicar os esforços. O desafio está lançado. Se dependesse somente dos apoios do Estado, então estaríamos a assumir um compromisso quase garantido”, disse.
Almeida sublinhou ainda que o Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) não poupará esforços, por se tratar de uma selecção que nos últimos anos tem estado no topo do andebol feminino em África.
“O pensamento não pode ser contrário. Face à planificação da Federação, nós estamos satisfeitos. Normalmente é feita com alguma antecedência, e quando assim é facilita a programação e a gestão financeira do MINJUD. Desta vez não fugirá à regra. O campeonato acontece em Dezembro e lançamos o desafio agora. Quando se aposta na planificação é 90 por cento de garantia de resultado”, salientou.
Os resultados desportivos são sempre subjectivos, acrescentou o secretário de Estado, tendo realçado que ” a competição tem várias condicionantes, desde já o adversário do outro lado que deve ser defrontado. O essencial é dar as melhores condições à Selecção Nacional, visando uma boa preparação e jogos de controlo competitivos e, quando chegar a fase da competição, poder competir de igual para igual, e o MINJUD irá fazer o seu trabalho”, garantiu. Dignificar bandeira
Em relação aos Jogos Olímpicos de Tóquio’2020, Carlos Almeida destacou a importância de olhar para a referida prova de forma criteriosa, pois as Pérolas representam o país e o continente, apesar de ser uma competição com características diferentes. “Nos Jogos só compete a nata do andebol mundial. Seguramente as jogadoras vão dignificar as cores da bandeira, passo a passo. A missão sai daqui a poucos dias. Estamos a olhar para a missão, embora seja responsabilidade do Comité Olímpico Angolano, com o apoio do Ministério. Em princípio tudo está alinhavado. Quando a missão sair, o trabalho do MINJUD não pára. A Federação tem uma direcção, e nem todos vão a Tóquio. Continuaremos a fazer o trabalho e muito antes de Dezembro estarão criadas as condições, com vista a uma boa preparação”. Palmira Barbosa elogia jogadoras
A antiga capitã da Selecção Nacional, Palmira Barbosa afirmou que a nova geração de andebolistas está a perpetuar os feitos alcançados pelas gerações anteriores.
Em declarações à imprensa, Barbosa felicitou as jogadoras, pois vencerem três edições seguidas do CAN, e depositaram de forma definitiva o troféu na Galeria dos Desportos.
“Fomos a primeira selecção campeã, desde 1989. Portanto, essa taça definitiva orgulha – nos bastante. Sabemos por onde elas passaram, pois já trilhamos esse caminho antes. Felizmente elas foram guerreiras e trouxeram para nós o troféu. O acto representa a continuidade dos nossos feitos. Continuem empenhadas em ganhar”, disse.
Enquanto atleta, disse Palmira Barbosa, faziam a entrega da Taça ao Presidente da República. “Mas tudo muda. Felizmente, as atletas começam a ser mais acarinhadas e respeitadas. Não é fácil. Nós as mulheres temos outras preocupações e, muitas vezes, deixamos de parte outras responsabilidades para darmos tudo dentro do campo”, salientou.
AMUD homenageia campeãs africanas
Num ambiente descontraído, a Associação Mulher e o Desporto (AMUD) homenageou, ontem, no anfiteatro Paulo Bunze, a Selecção Nacional sénior feminina de andebol, que conquistou no passado mês, o 14º título no Campeonato Africano das Nações (CAN).
O acto presidido pela presidente da AMUD, Justina Praça, antiga guarda-redes da Pérolas, contou com a presença da delegação que esteve em Yaoundé, Camarões, e distintas figuras ligadas à modalidade. O grupo foi acarinhado com diplomas de mérito, medalhas e brindes.
“É importante continuar a motivar esta selecção. São bravas guerreiras e vão representar o país nos Jogos Olímpicos. Viemos dar uma força, pois não será fácil. Mas acreditamos que será melhor do que nos Jogos do Rio’2016”, disse Justina Praça.
Edgar Neto, técnico-adjunto do combinado angolano, agradeceu o reconhecimento: ” felicito a AMUD pelo facto de nos terem brindado com este gesto magnífico. Era de esperar que assim acontecesse”.
Fonte:JA