A UNITA considera que a criação de uma comissão multissectorial para a divisão político-administrativa do país, abrangendo as províncias do Cuando Cubango, Lunda-Norte, Malanje, Moxico e Uíge “configura laivos” do que considera ser uma “manobra de fuga para a institucionalização das autarquias”.
O ponto de vista da UNITA consta no comunicado final da 16ª reunião extraordinária do Comité Permanente da Comissão Política, que decorreu, na quinta-feira, em Luanda, sob orientação do presidente Adalberto Costa Júnior.
Contactado pelo Jornal de Angola para esclarecer o motivo da desconfiança, o secretário-geral da UNITA, Álvaro Daniel, justificou-a com “momento inoportuno”. Segundo o também deputado, uma nova divisão político-administrativa, a cerca de um ano das próximas eleições gerais, pode criar confusão aos eleitores das províncias abrangidas.
“A ideia, em si, não é um pecado, peca apenas pelo momento em que se pensa implementar”, disse Álvaro Daniel, para quem o ideal seria que a nova divisão político-administrativa fosse a dois ou três anos das eleições. “Vamos fazer crédito que a intenção seja boa. Digo isso porque andamos a dividir o país com objectivos eleitoralistas e isso não é bom”, afirmou.
No comunicado, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA reitera a convicção de que, “quando as autarquias forem institucionalizadas em toda a extensão do território nacional, serão, comprovadamente, a via mais eficaz do desenvolvimento integral das comunidades do país, tal como a realidade dos outros países o assevera”.
Deplora o que considera ser a grave situação económica e, na sua óptica, é “excessiva e injustificável” a manutenção da cerca sanitária à província de Luanda, “cujas consequências são altamente prejudiciais à economia do país, porquanto o vírus da Covid-19 já circula, de forma comunitária, em todas as províncias”.
Insta o Executivo a incrementar o processo de vacinação de toda a população, multiplicar e diversificar as campanhas pedagógicas de prevenção contra a Covid-19 e exorta todos os residentes em Angola a cumprirem, ainda com mais rigor, as medidas individuais e colectivas de biossegurança.
Fonte:JA