Burlas nas redes sociais com tendência a aumentar

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O piquete da Direcção de Combate aos Crimes Informáticos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) regista, em média, oito a dez queixas-crime de burla por semana, cometidos através das redes sociais.

O porta-voz do SIC/geral, superintendente Manuel Halaiwa, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que os crimes cometidos nas redes sociais são, sobretudo, através do Facebook  e o WhatsApp, por serem as mais usadas em Angola.  
Acrescentou que os lesados têm idades que vão dos 18 aos 67 anos e são, maioritariamente, cidadãos nacionais (homens), entre funcionários públicos, privados, desempregados e estudantes. 

Segundo Manuel Halaiwa, entre Janeiro de 2019 a Maio do corrente ano, aumentou o número de crimes de burla cometidos com recurso à informática e às novas tecnologias de informação, sobretudo as redes sociais.  
As ameaças, difamação, injúria, calúnia, extorsão/chantagem, burlas no comércio electrónico, uso e abuso de cartão de crédito, débito ou garantia, associação criminosa e assunção ou atribuição de falsa identidade (perfis falsos) constam dos crimes mais comuns cometidos através das redes sociais. 

Só no mês passado, disse, o SIC remeteu ao tribunal oito processos-crime, para julgamento. Informou, ainda, que 457 processos-crime de burlas cometidos através das redes sociais estão em tramitação normal, para, posteriormente, serem remetidos, também, ao tribunal. 

 Manuel Halaiwa deu a conhecer que os crimes de burla cometidos através das redes sociais estão avaliados em milhões de kwanzas.

O cibercriminoso, vulgarmente conhecido por “hacker”, geralmente é um génio na área da informática, perito em computadores e programação, com um coeficiente de inteligência (QI) acima da média, introvertido, anti-social e que age pelo desafio de superação da máquina, segundo Manuel Halaiwa.  

“Este perfil evoluiu bastante nos últimos tempos e tem vindo a ser substituído por novas categorias criminológicas de delinquentes, não tão jovens, nem tão inteligentes, desprovidos de qualquer ética, cujo objectivo é extrair informação e usá-la ou vendê-la”, sublinhou. 

O porta-voz do SIC/geral frisou que na realidade angolana muitos suspeitos ainda não estão dotados de conhecimentos avançados de informática, sobretudo para o cometimento de crimes de grande envergadura, mas tendem a evoluir para o efeito.  

As motivações para os crimes através dos meios digitais é o lucro fácil, uma vez que o cibercrime é mais rentável do que muitos outros crimes, como, por exemplo, o de tráfico de drogas. 

Acrescentou que a maioria das organizações criminosas usam a Internet para coordenar os membros, branquear e dissimular condutas ilícitas, bem como recrutar ou contratar técnicos altamente especializados, usando também os cibercrimes como forma de financiamento. 

De acordo com o porta-voz do SIC/Geral, o novo Código Penal Angolano (CPA), em vigor desde 11 de Fevereiro de 2021, relativamente aos crimes informáticos, consagrou um conjunto de previsões, cuja moldura penal vária de dois a dez anos de prisão. 

Manuel Halaiwa apelou aos cidadãos no sentido de protegerem o computador e outros dispositivos electrónicos com softwares de segurança e escolher senhas complexas e não divulgá-las.
Proteger informações pessoais nas redes sociais, sobretudo, o nome, fotos, vídeos, textos, endereços habitacional, profissional, contas bancárias, correio electrónico e contactos telefónicos constam entre as recomendações de Manuel Halaiwa.

O porta-voz do SIC/Geral aconselha também no sentido de se ter cuidado com campanhas fraudulentas online a baixo preço de bens e serviços, promovidas por empresas ou particulares, sobretudo de residências, viaturas, mobiliário, electrodomésticos, vestuário, alimentação, medicamentos, artigos de beleza e decoração, bem como de bilhetes de passagens aéreas. 

Apelou ainda aos cidadãos para terem cuidado com as actualizações online de contas bancárias através do Internetbanking e de operações de multicaixa Express, assim como negar pedidos de amizade e marcar encontros com desconhecidos nas redes sociais. 

“Examine regularmente as suas contas e cartões de débito, para não ser vítima de transacções fraudulentas, e, em caso de dar conta da criação de um falso perfil na rede social Facebook, denuncie através do endereço  www.facebook.com/help/contact/295309487309948”, aconselhou Manuel Halaiwa.

Fonte:JA

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