Artur de Almeida contabiliza perda dos oito meses de crise

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O presidente reeleito da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur de Almeida e Silva, afirmou, ontem, em declarações ao Jornal de Angola, terem sido vários os prejuízos causados em oito meses de suspensão submetido ao elenco vencedor das eleições de 14 de Novembro de 2020, em virtude da providência cautelar ditada pelo Tribunal Provincial de Luanda.

Artur de Almeida contabiliza, entre as consequências, a perda de apoios da FIFA, a inviabilização de projectos pertinentes com a CAF e a Cosafa, bem como a estagnação da reabilitação do campo de São Paulo.
Por isso, admite que o futebol angolano esteve mergulhado durante oito meses num “marasmo completo” causando “desgaste emocional e físico” a quem assumiu o desafio de trabalhar em prol da modalidade.

“A nível nacional, a federação perdeu muitos patrocinadores e, a nível internacional, a FIFA deixou de nos apoiar. Ou seja, tivemos muitas perdas e estes meses de atraso, em termos de recuperação, significa mais ou menos dois anos e meio, porque os projectos que tínhamos, eram para começar este ano, com a FIFA, CAF e a Cosafa. Significa que temos de refazer os projectos, renegociar com a FIFA para vermos se daqui a um ano podemos recuperar o tempo perdido”, disse.

O desfecho favorável ditado ao seu elenco, pelo tribunal, não deve, segundo Artur de Almeida, ser encarado como “uma vitória para uns” e “derrota para outros”, por defender não existirem “vencedores nem derrotados”.
E acrescenta: “vence o futebol de Angola. Vamos continuar a trabalhar com todos e para todos. Andámos cerca de oito meses num marasmo completo, em que os projectos pararam quase todos. Foi bastante desgastante e acabámos, naturalmente, por perder algumas conquistas”.

Recuperar projectos
Um dos grandes desafios imediatos do presidente federativo será recuperar os projectos e a confiança nas instituições desportivas internacionais. E nesse aspecto confessa antever enormes dificuldades. “Vai ser muito difícil, sobretudo o projecto de reorganização interna; do campo de São Paulo que devia ter entrado em obras e não entrou; uma série de projectos que devíamos ter começado, como o da FIFA Talents. Portanto, vai ser muito difícil recuperá-los”, afirma.
Apesar das contrariedades, o dirigente máximo da FAF recusa-se a desistir do compromisso assumido com os associados aquando da recandidatura às eleições.

“Estamos imbuídos do espírito de luta, como sempre, pensando no futebol angolano. Com certeza vamos voltar a entrar em campo, no sentido de reconquistarmos a confiança de todos aqueles que ao longo deste período, nos últimos três/quatro anos, depositaram confiança em nós, no sentido de melhorar o nosso futebol e continuar a moralização interna do futebol”, asseverou, prometendo primar, doravante, por: “acções muito mais didácticas, com formação para dirigentes, treinadores, árbitros e todos aqueles que são integrantes deste grande processo”.

Conhecimento dos regulamentos
A grande preocupação manifestada por Artur de Almeida com as últimas incidências, no período pós/eleições, prende-se com algum comportamento que, segundo ele, revelou algum desconhecimento das leis do desporto e dos regulamentos por parte dos associados.
Em face disso, e “de forma a prevenir” a repetição de erros, a federação prevê trabalhar com os associados “para que didacticamente possam tomar maior conhecimento da legislação desportiva no país; dos regulamentos que regem o futebol nacional e internacional”.

Mas, acrescenta, ser “ao nível dos clubes e das associações e da própria federação” que se deve corrigir os erros, “porque também erramos”, destacando a necessidade imperiosa de trabalhar na mudança de consciência, “porque os dirigentes estão para servir o futebol e nunca para se servir dele”, disse, enfatizando a importância desta “consciencialização” acontecer, ainda que exija “um árduo trabalho pela frente”.

Fonte:JA

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