A capacidade actual de refinação de derivados do país ronda os 60 mil barris de petróleo por dia ante a média de 1,2 milhões de barris produzidos e que acabam por ser exportados para retornar novamente com um custo anual de importações que chega aos 4 mil milhões de dólares, segundo dados do director executivo da em-presa Petroangola.
Patrício Quingongo, que realizou um webinar, sábado último, disse que esta quantidade produzida internamente é insuficiente para garantir o desenvolvimento económico do país, o que valoriza, assim, a decisão do Governo de apostar nas reformas das refinarias de Luanda e do Lobito e a construção de uma nova em Cabinda e no Soyo.
Na sua análise às estatísticas da actividade petrolífera em Angola em 2020, Patrício Quingongo disse ser importante o surgimento de refinarias, para permitir ao Estado menos gastos com importação, quando comprados aos actuais volumes, na sua perspectiva bastante avultados.”Se até 2025, as refinarias do Lobito (Benguela), Soyo (Zaire) e Cabinda estiverem construídas, e a Refinaria de Luanda totalmente reabilitada, Angola terá uma capacidade de refinação significativa”, admite o especialista.
Conforme exemplifica, com o total funcionamento das refinarias, a capacidade interna poderá aumentar próximo dos 500 mil barris de petróleo por dia. No caso, a Refinaria do Lobito irá representar cerca de 47 por cento (235 mil); Soyo ficará com 24 por cento (entre 110 e 120 mil); Cabinda assume 14 por cento (70 mil) daquilo que se pretende do combustível produzido no país.
“Com todas as refinarias em funcionamento vamos dar um pulo qualitativo, que é sair de uma capacidade de processamento actual de apenas 60 mil barris de petróleo por dia, e dar um pulo para muito próximo dos 500 mil barris de petróleo por dia , processado nas refinarias do país”, reconheceu o director executivo da empresa Petroangola, Patrício Quingongo.
Em termos de receitas, Angola, de ano em ano, perde todos os dias cerca de dois milhões de dólares, resultante da baixa da produção petrolífera. Segundo Patrício Quingongo, cumulativamente, este pode, de dois em dois anos, chegar aos sete milhões de barris por dia, significando que o valor de perda da produção, em média ronda cerca de 205 mil barris de petróleo por dia.
Para recuperar estas perdas nas receitas, realçou no webinar, é necessário que se dê prioridade ao relançamento da actividade petrolífera com novos campos de produção em funcionamento, tal como está a decorrer, neste momento.
Fonte:JA