A exploração artesanal de carvão vegetal, por cidadãos com a apetência do lucro fácil e famílias desfavorecidas, está a causar, sobremaneira, a devastação da flora, nos últimos ,anos na província do Huambo, afirmou, ontem, o chefe de Secção dos Serviços Técnicos e Fiscalização do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) local.
Na visão de Amilton Caetano, que falava em exclusivo ao Jornal de Angola, o fenómeno, que se alastrou em grande para da província, está a causar o desaparecimento de várias espécies de árvores, com destaque para o Onduko e a Omanda.
“As queimadas anárquicas, feitas com a finalidade de exploração de carvão, estão a empobrecer, consideravelmente. os solos, além de provocarem enormes danos à saúde da população e do ambiente”, advertiu, lamentando que o IDF “não consegue fiscalizar os 11 municípios da província”, que , entre outras razões, ter apenas sete fiscais.
“Devido ao reduzido número de fiscais, o IDF tem trabalhado em colaboração com efectivos da Polícia de Trânsito, Serviço de Investigação Criminal e autoridades tradicionais, para tentar travar o garimpo do carvão”, disse, acrescentado que, “há Lei para explorarem carvão dentro das normas estabelecidas, mas o factor pobreza tem vindo a dar lugar ao surgimento de muitos garimpeiros neste ramo”.
Para contrapor a exploração artesanal, informou Amilton Caetano, estão a ser realizadas campanhas de sensibilização nas comunidades sobre a preservação do ambiente, através de palestras e workshops. Na mesma senda, está prevista a montagem de fornos e fogareiros nas localidades onde é explorado o carvão, como Alto-Hama, Calima, Longonjo, entre outras.
Nos mercados da Quissala, São Luís, Cacilhas, Calombrigo, principais pontos de comercialização do carvão vegetal, o Jornal de Angola apurou que o preço do saco de carvão varia de 2.000 a 4.500 kwanzas, dependendo do tamanho.
Fonte:JA