A indústria de petróleo e gás em Angola registou, em 2020, um volume de negócio de cerca de 19 mil milhões de dólares, disse, no sábado, em Luanda, o director-executivo da em-presa PetroAngola.
Patrício Quingongo que falava num webinar que analisou a “Estatística da Actividade Petrolífera em Angola”, no período de 2020, disse que deste valor, a petrolífera angolana Sonangol teve mais de 1,1 mil milhões de dólares e a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (3,9 mil milhões).
O Estado angolano ficou com seis mil milhões de dólares, e a partilha de produção (Governo e as empresas) o valor de dois mil milhões. Os impostos representaram mais de 1,8 mil milhões.
As companhias petrolíferas que operam no sector ficaram com o maior “bolo”, mais de 13,7 mil milhões de dólares, dos quais 9,4 mil milhões destinaram-se suportar os custos operacionais da indústria petrolífera e gás.
Perto de quatro mil milhões de dólares serviram para os lucros das empresas petrolíferas. Em termos de partilha de receitas da indústria, o Estado ficou com cerca de 34 por cento daquilo que é o total das receitas de exportação.
Produção esteve em queda
De 2017 a 2020, a queda de produção foi de aproximadamente 300 mil barris de petróleo por dia. O gestor revelou que registou-se uma perda elevada, numa média de produção de cerca de 150 mil barris de petróleo por dia.
Citou que em Julho de 2019 registou-se um défice de produção na ordem de 15 por cento, um nível muito elevado, apesar da produção nacional ter uma média de declínio de 7 por cento ao ano.
A produção petrolífera em 2020 cifrou-se em cerca de 1 milhão e 194 mil barris de petróleo por dia, “uma queda avultada, se comparado com 1 milhão e 300 mil barris de petróleo por dia produzidos em Janeiro, uma queda de quase 200 mil barris de petróleo de perda”.
Patrício Quingongo apontou que, entre Janeiro e De-zembro de 2020, a produção caiu para 1 milhão e 198 mil barris de petróleo por dia, tendo atingido um uma média anual de 1 milhão 276 mil barris/dia, “muito aquém daquilo que o país esperava para o ano”.
Para se poder estancar o declínio, o gestor disse que o sector terá que conseguir substituir as reservas e en-contrar campos petrolíferos com uma produção acima dos 150 ou 200 mil barris de petróleo por dia.
“Precisa-se de novas produções, superiores a 100 mil barris/dia, de formas a estancar o declínio na produção nacional”, indica, depois de frisar que 99 por cento da produção angolana é feita em offshore, sendo que a feita onshore “não é superior a 10 mil barris por dia”.
“Esta é uma das razões que faz com que Angola deve entrar em força com a exploração onshore”, advoga.
Na produção por Blocos, o especialista revela que o 17 continua a liderar com 334 mil barris por dia, seguido do 15 e em último o 14K, com 14 mil barris por dia.
A multinacional Total destaca-se na produção petrolífera, com uma quota de 45 por cento (Blocos 17 e 32). A Chevron tem 19,15 por cento (nos Blocos 0 e 14). A petrolífera norte-americana Exxon Mobil tem uma quota de 14,3 por cento do total produzido em Angola.
A produção em águas profundas representa 61 por cento do total, ultra-profundas (20,96), rasas (16,93), tudo em offshore, num altura em que a exploração em onshore representa 4 por cento do global da produção petrolífera em Angola.
Quanto à exportação de gás, no ano passado há o re-gisto de 2.402.999.00 toneladas métricas.
Brent fecha nos 73,51 dólares o barril
Os contratos futuros do petróleo Brent (referência das exportações angolanas) avançaram, na passada sexta-feira 0,43 dólar, ou seja 0,6 por cento para fechar em 73,51 dólares o barril. Já o petróleo dos Estados Unidos da América (WTI) subiu 0,60 dólar (ou seja 0,8 por cento) para 71,64 o barril. Ambas as referências foram direccionadas a ganhos semanais de 1,1 por cento.
Os contratos futuros do petróleo avançaram, revertendo perdas anteriores e marcando uma quarta semana de ganhos após fontes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirmarem que o grupo produtor esperava produção limitada do petróleo dos Estados Unidos este ano, apesar dos preços em alta.
Representantes da Opep tiveram acesso aos resultados de produção dos EUA de especialistas da indústria, afirmaram as fontes. Isso poderia dar ao grupo produtor mais poder para lidar com o mercado antes do potencial surgimento da produção de xisto em 2022.
Na quarta-feira, o Brent fechou na sua máxima desde Abril de 2019 e o WTI fechou em seu maior patamar desde Outubro de 2018. Os ganhos foram limitados pelas preocupações prolongadas sobre a pandemia e o dólar norte-americano mais forte, que torna o petróleo mais caro em outras moedas.
Fonte:JA