As Indústrias Culturais são a força motriz da economia criativa e operam no cruzamento das artes, da cultura, do comércio e da tecnologia afirmou, em Bruxelas, o secretário-geral da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (ACP), o angolano Georges Chicoti.
Georges Chicoti, que falava na abertura do Seminário Internacional online sobre Cultura, que decorreu sob o lema “Rumo a uma Indústria Cultural e Criativa Sustentável nos países ACP”, realçou que estes são os sectores que se encontram no centro das estratégias da ACP para o desenvolvimento, tendo encorajado a seguir uma abordagem transversal no trabalho, em particular nos apoios para a saída da crise.
Segundo o secretário-geral da ACP os desafios de desenvolvimento que os países do Sul enfrentam hoje, agravados pela ameaça multifacetada à saúde global causada pela pandemia de Covid-19, tem consequências sociais e económicas sem precedentes e um impacto particular no sector da cultura.
Para Georges Chicoti “esta situação exige, para lhe fazer face, além de recursos adequados, mecanismos de cooperação que reconheçam a necessidade de acesso à cultura para todos, uma abordagem coordenada, transparente e sólida, num verdadeiro espírito de solidariedade e de parceria global”.
Durante os dois dias de debates, foram abordados os seguintes painéis: “O papel estruturante da economia criativa no processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável”; “Futuro para a cultura e a actividade criativa no contexto da aceleração do digital”; “Como assegurar que as mulheres beneficiarão ou participarão nas indústrias criativas”; “Promover a criação de em-pregos decentes, especialmente para os jovens” e “Como investir no futuro”, buscando conclusões e transformar em acções, principalmente no contexto da recuperação pós-Covid.
Importa referir que 2021 foi declarado o “Ano Internacional da Economia Criativa ao serviço do Desenvolvimento Sustentável” pelas Nações Unidas. Através da actividade criativa, milhões de pessoas nos estados da ACP e em todo o mundo encontram meios de subsistência e empregos de qualidade.
Segundo a UNESCO, a economia criativa é um dos sectores que tem vindo a conhecer um dos crescimentos mais rápidos no mundo e contribui actualmente para 3% do PIB mundial. Em matéria de emprego, as Indústrias Culturais e Criativas geram 2250 mil milhões de dólares dos EUA por ano e empregam cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria das quais jovens entre os 18 e os 25 anos.
Fonte:JA