As águas provenientes das estações de serviços de automóveis, situadas às margens dos rios que circundam a cidade do Uíge, estão a causar danos ambientais, alertou, ontem, o engenheiro ambientalista Isaías Pedro.
O também investigar do Instituto Superior de Ciências da Educação, afirmou que lavar automóveis à beira de rios provoca poluição às águas subterrâneas, pois os detergentes, combustível e lubrificantes que vazam destes serviços contaminam a água.
Segundo Isaías Pedro, este serviço, além de afectar a saúde humana, porque a população em zonas periféricas utiliza a água do rio para quase tudo, afecta,igualmente, os ecossistemas fluviais e os solos.
” Durante a lavagem de automóveis nos referidos locais ocorre frequentemente dois processos com implicações directas nos ecossistemas fluviais :a captação da água para salubridade, feita geralmente através de electrobombas e o consequente retorno das águas provenientes das lavagens ao rio, misturadas com detergentes e partículas de combustíveis e lubrificantes”, alertou.
“É lamentável”, prosseguiu, “que estes serviços estejam licenciados pelas autoridades municipais, pois antes de ser autorizado o seu funcionamento, deveria ter-se em conta o impacto ambiental que provocam. Na verdade, tratam-se de postos de trabalho, mas não podemos perder de vista que estão em causa danos ambientais”.
Para que este quadro seja alterado, o investigador propõe a construção de novas infra-estruturas do género em zonas afastadas dos rios, “servindo-se de um sistema cíclico de reaproveitamento de águas residuais e pluviais”.
Para o ambientalista, a Administração Municipal tem de investir mais recursos “para melhorar os níveis de literacia ambiental das distintas camadas da sociedade, fundamentalmente dos agentes envolvidos nesta actividade, bem como fiscalizar e penalizar os incumpridores, com vista à adopção de boas- práticas ambientais, particularmente sobre os rios e riachos”.
Nicodemos Paulo | Uíge
Fonte:JA