Cerca de 60 mil metros cúbicos de madeira são transportados diariamente da província do Uíge para outros pontos do país, informou o chefe do Departamento Provincial do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF).
Manuel António Eliseu disse que, apesar da qualidade da madeira da província, o IDF está preocupado com a exploração ilegal de madeira e o abate indiscriminado de árvores na província, situação que tem vindo a causar escassez bem como a desertificação.
Por exemplo, entre Janeiro e Maio, o IDF prendeu mais de 1.997 metros cúbicos de madeira, que foram exploradas e transportadas de forma ilegal por alguns operadores e cidadãos singulares não certificados.
O Uíge é detentor de diversas espécies de madeira, nomeadamente moreira, kitiba, pau-preto, kibaba, longui, munguba, dianuni e xingaxinga.
A madeira explorada na província é de qualidade, por isso é apreciada em várias províncias e exportada.
Os municípios de Kitexe, Ambuíla, Songo, Bembe, Negage e Uíge são os que possuem florestas densas com potencial de madeira.
O responsável disse que estão autorizados para exploração de madeira indivíduos singulares ou empresas certificadas. A província do Uíge tem licenciados 29 operadores madeireiros, dos quais metade não exerce a actividade por várias razões.
“Entre as empresas activas, surgem também outras ilegais, que se infiltram nas florestas exercendo a sua actividade sem a autorização das entidades competentes e que muitas das vezes terminam por detenção”, disse.
O processo de legalização contínua, neste momento já foi encaminhado ao Ministério de tutela alguns processos de empresas que solicitaram e que aguardam a sua aprovação.
Dificuldades
A nível da província do Uíge, o IDF enfrenta várias dificuldades, como por exemplo, a falta de meios de transporte para o patrulhamento nas zonas florestais, bem como a exiguidade de recursos humanos. Revelou que são necessários mais de 100 novos funcionários para se criarem brigadas para os controlos, fronteiras e nas zonas de exploração.
O sector está a criar brigadas que serão distribuídas em várias comunidades para apoiar a fiscalização, controlo e preservação do meio ambiente.
Por sua vez, o representante da Indústria Madeireira do Uíge, Samuel Bumba, deplora o estado de degradação das vias que dão acesso às áreas de exploração, o que causa embaraços na circulação dos camiões de carga.
Indicou existir também morosidade na tramitação administrativa para a obtenção de documentos para o exercício da exploração da madeira.
Valter Gomes e Silvino Fortunato / Uíge
Fonte:JA