História dos povos kongo em livro

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A verdadeira história dos povos kongos, que habitavam o território nacional antes da ocupação colonial portuguesa, precisa de maior divulgação e valorização, defendeu, ontem, em Luanda, o docente universitário e investigador Mbala Lussunzi Vita.

O pesquisador, que colocou no mercado o livro científico, “La Société Kongo- face á la colonisation portugaise (1885-1961). Un pelple et une cultura en mutations”, considerou essencial a correcção gradual dos conteúdos curriculares sobre a história dos povos kongos.
Escrito em francês, o livro, apresentado este ano, numa parceria com a Alliance Française de Luanda e a Embaixada de França em Angola, resulta da tese de doutoramento do docente, que só foi publicado agora, devido a falta de patrocínios e a necessidade de enriquecer os conteúdos do título.

O livro, explicou, narra aspectos importantes sobre o “choque cultural” do povo kongo, perante a imposição da colonização portuguesa. “Procuro desmistificar algumas inverdades transmitidas nas academias ao longo dos anos sobre a ocupação do território nacional”, disse.
O historiador analisa no livro a “cultura de negação” implementada pela colonização portuguesa ao longo de séculos. O livro, explicou, pode ter, ainda este ano, uma versão em português. “É um trabalho de correcção sobre alguns conteúdos transmitidos aos estudantes sobre a História de Angola”.

Quando os portugueses chegaram ao país, referiu, não existiam “angolanos”. “A denominação foi atribuída pelos portugueses. Na altura, os territórios eram habitados por Kongo”, disse, além de chamar atenção para a organização política e social deste povo.
No livro, o autor, reprova a ideia dos 500 anos de colonização, alegando a existência de um território, quando Diogo Cão chegou ao país, administrativamente dividido por estados como Mpemba, Pamba, Mbata, Ntundi, Soyo, incluindo o Luango (Brazzaville), Kakongo (Cabinda), Mbala (Luanda), Matamba e Ndongo.

Antes da chegada dos portugueses, disse, Luanda já era um local de comércio, denominado Mbala. “Portugal fez uma ocupação territorial. O que aconteceu ao longos dos séculos foi a criação de um sistema de negação cultural dos angolanos, criada pelos portugueses”.
Natural do Uíge, Mbala Lussunzi Vita é investigador  e Chefe do Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC), do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte:JA

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