5.649 produtores assumem execução do Prodesi

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Estão em negociações avançadas mais 191 projectos, o que perfaz 567 de um total de 1.199 pedidos submetidos à banca nacional.
Segundo o balanço mais recente apresentado pelo Ministério da Economia e Planeamento (MEP), os projectos aprovados aumentaram em 727 mil milhões de kwanzas o volume de negócios das empresas e são capazes de gerar 54.241 empregos.

Num ano difícil para o sector económico nacional e internacional, devido, sobretudo, à pandemia da Covid-19, que paralisou o mundo, o desenvolvimento das cinco fases do PRODESI decorreu positivamente graças ao total empenho da banca nacional, de acordo com o ministro da Economia e Planeamento, Sérgio dos Santos.

Para tornar realidade as projecções, a banca disponibilizou linhas de financiamento, através do Aviso 10/20 do Banco Nacional de Angola (301,2 mil milhões de kwanzas), o Deutsche Bank (99,2 mil milhões) e o Projecto de Apoio ao Crédito (35,1 mil milhões). Houve ainda a mobilização de outras estratégias como as de Compra de insumos agrícolas e pescas; Compras de bens de consumo de origem nacional; Cooperativas do sector produtivo e os outros instrumentos de crédito, totalizando estes 39,8 mil milhões de kwanzas.

Redução das importações

De acordo com o ministro Sérgio Santos, tendo em conta os 54 produtos do PRODESI, em 2018, as importações rondavam em 2,5 mil milhões de dólares. Baixaram, em 2019, em  2,0 mil milhões de dólares e, actualmente, estimativas estão em 1,4 mil milhões de dólares. O resultado promissor ainda assim é tido como insuficiente face à existência ainda de muitos produtos a serem importados sem razão justificável. 

Das importações registados este ano, por exemplo, três produtos concentram mais de 50 por cento da quota, trata-se do arroz (471 mil toneladas, num montante avaliado de 302 milhões de dólares, o que representa 21 por cento da importação total), o óleo de palma (184 mil toneladas, num valor de 193 milhões de dólares e uma cobertura de 14 por cento) e o frango (1.000 toneladas, num valor de 174 milhões de dólares, o que representa 12 por cento).

A “boa notícia” é que quanto ao acesso aos mercados externos, os 54 produtos exportaram num montante de 37 milhões de dólares. Os três produtos mais exportados foram o clínquer com 4,4 milhões de dólares, seguida da cerveja com 4,3 milhões de dólares e o açúcar com quatro milhões.
Em termos de destino das exportações, a República  Democrática do Congo lidera, com uma cifra de 20 milhões de dólares, seguida do Congo Brazzaville, com 6,2 milhões de dólares e os Camarões, com 3,2 milhões de dólares.

Acesso ao crédito

No Acesso ao Crédito, com o sentido de dinamizar e apoiar os empreendedores a acederem ao mercado financeiro bancário, foi criado um funil de financiamento com acompanhamento na composição dos dossiers dos projectos na banca comercial  e nos projectos físicos.

O secretário de Estado para a Economia, Mário Caetano João, disse que, nesta perspectiva, o sector mostra um balanço posi-tivo, sendo que desde a operacionalização do PRODESI, o sector da Agricultura  lidera a lista de projectos aprovados e financiados, com um volume de 245 mil milhões de kwanzas. A Indústria Transformadora segue, com 240 milhões de kwanzas e a Indústria Alimentar e de Bebidas, com 198 mil milhões.

Em termos de área territorial, os negócios apoiados estão distribuídos pelo país inteiro, com a maior representação da província de Luanda (447 mil milhões), seguida de Cabinda (106 milhões) e Benguela (52 mil milhões).

Empreendedores

Em 2020, foram financiados,  através do PRODESI, um total de 756 micro-empreendedores, num valor de 1.102 milhões de kwanzas.Com relação às instituições financeiras que integraram o processo, destacam-se a Fácilcredit, com um financiamento a 420 projectos, num valor de 354 milhões de kwanzas, seguida da Kixicrédito, com 68 projectos, num valor de 254 milhões de kwanzas e a Williete, com 184 projectos, num valor de 124 milhões, entre as que mais se destacaram.

A nível territorial beneficiaram das operações de micro – crédito cerca de 10 províncias do país, com maior destaque , Huambo com 457 projectos, Luanda 136, Huíla e Benguela ambos com  70 projectos.
As províncias que tiveram menor  número de projectos financiados foram Namibe, Cuanza-Sul e Bengo com seis, Zaire e Malanje com dois e por último a província do Bié com apenas um projecto.

Aumento da produção

No que diz respeito ao aumento da produção e produtividade,o balanço do sector também é favorável,  conseguiu-se criar vários estudos de viabilidade, que resultaram num plano de negócios de 24 produtos, no sentido de facilitar os empreendedores.
 Por um lado, no  que toca ao mercado interno, o sector conseguiu dinamizar o Portal  da Produção Nacional (PPN), que prevê uma meta  de quatro mil produtores, estabelecidos no Plano de Desenvolvimento Nacional  (PDN-2018-2022).

O balanço final do PRODESI, apresentado pelo secretário de Estado para a Economia, Mário Caetano João, ilustra que, com o bom desempenho dos participantes,  a meta estabelecida foi superada dos quatro mil  produtores para 5.649 produtores  hoje controlados pelo PPN. Compõem a lista dos produtores, operadores de transportes de mercadorias, com uma representação de 1.743, operadores do sector do turismo com 164, e produtores de vestuário e calçados, com uma representação de 20.  

 Os produtos listados por produtores  estão representados pelas 18 províncias do país. Este ano, a província da Huíla conta com o maior número de produtores registados no portal, com cerca de 1.420, que representa um quarto de todos os produtores registados.
No que concerne aos produtos que mais têm produtores representados no portal  destacam-se apenas quatro, nomeadamente, o grão de milho, mandioca, feijão e os ovos. No caso da  província do Cuanza-Sul,  registou-se  maior número de operadores de transportes,  com  um total de 346 executantes. Para o sector, estes operadores  vão facilitar a implementação do Programa Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural (PIDCR), coordenado pelo Ministério da Indústria  e seus parceiros nacionais.

Consumidor satisfeito

Os produtos produzidos localmente devem ser comercializados ao mais baixo preço e não ultrapassar os custos dos produtos importados, que são ainda em muitos mais baratos que os nacionais, defenderam, ontem, em Luanda, consumidores  em supermercados da Baixa de Luanda.

 Para a maioria dos consumidores, os produtos nacionais são de qualidade e satisfatórios, mas não obstante a qualidade, são também considerados os mais caros. Como exemplo, a consumidora Daniela Castro não concorda que um pacote de leite de marca Lactiangol seja comercializado a 800 kwanzas em alguns supermercados e em outros a 700 kwanzas, sendo que o importado  ronda muito menos.

 No caso do alface, segundo a cidadã, é produzi-do pela Girassol e no mercado ronda em mais de 900 kwanzas e o feijão catarina, um quilo, a mais de dois mil kwanzas.
“É inaceitável os preços elevados de tubérculos, leguminosas e alguns produtos da cesta básica a nível dos mercados formais e informais”, lamentou a consumidora, acrescentando que do leite Nido e o yogurte da Lactiangol já não se fala. 

 João Paulo é da mesma opinião, pois segundo diz uns dos poucos produtos de produção nacional vendidos a baixo preço é a banana de mesa e os restantes, como arroz, açúcar, fuba de milho amarelo e branco e o óleo não se justificam os altos preços.
 “O saco de farinha de trigo custa, actualmente, 19.500 kwanzas, o que faz com que as padarias subam mais ainda o preço do pão, alimento principal das crianças”, lamentou João Paulo, insatisfeito com os preços dos produtos nacionais.

Feiras municipais

Um dos compromissos do PRODESI em todas as suas vertentes de implementação será o de, em 2021, dinamizar as feiras municipais.
Esta iniciativa, este ano, garantiu alguma facturação aos produtores locais, mas mais do que isso assegurou o aumento da rede de contacto entre os produtores e os potenciais compradores, muitos deles beneficiários das linhas de crédito aprovadas.

Segundo as indicações anteriores, mais de metade dos mercados municipais realizaram feiras de promoção da produção nacional.
O MEP, em parceria com os governos provinciais, aposta neste modelo para gerar aumento da renda das famílias camponesas.

1.033 contratos futuros assinados

O Plano de Desenvolvimento Nacional  (PDN 2018-2022) estabeleceu como meta um total de 1.000 mil contratos futuros com produtores nacionais e potenciais compradores, indicador que foi superado com um cadastro geral de 1.033 acordos de compra futura registados através das mais diversas direcções provinciais.

Segundo os dados do  Ministério da Economia e Planeamento, com este processo conseguiu-se que os operadores económicos beneficiários do “Alívio Económico” assinassem, efectivamente,  um total de 288 contratos de compra futura com os produtores nacionais.
No domínio da capacitação e qualificação, o sector disponibilizou cerca de sete indicativos,  que visam melhorar a formação e qualificação das empresas, destacando-se  as plataformas do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), “Nosso Saber” e a “Rede INAPEM”, bem como as mais diversas formações sobre as teorias das restrições, que beneficiaram empresários, empreendedores e empresas.

Ainda por intermédio do INAPEM, conforme referenciado pelo ministro da Economia e Planeamento, foram leccionados 13 cursos de consumo autónomo, os quais permitiram proporcionar o cadastro de 4.195  participantes e, através da “Rede INAPEM”, foram seleccionados 574 prestadores de serviço devidamente certificados.
Com estas formações, os beneficiados  estão capacitados a prestarem serviços nas diversas áreas de produtividade, sobretudo, na composição dos dossiers de crédito dos  promotores, na criação de estudo de viabilidade económica, planos de negócio, entre outros serviços ligados ao sector empresarial e cooperativismo.

Mudança de atitude

O ministro da Economia e Planeamento, Sérgio dos Santos, reconheceu que o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) resultou, fundamentalmente, na grande mudança de atitude dos produtores e investidores. Durante o balanço do programa, o ministro felicitou  os parceiros económicos e agradeceu o empenho  por parte de todos os representantes municipais, provinciais e a nível das estruturas centrais.

Embora não satisfeito com os resultados, o coordenador da Comissão Executiva Intersectorial do PRODESI disse que os sectores afectos ao programa que não atingiram a meta estabelecida, em 2021, terão de os concretizar e na plenitude.
Com o surgimento da pandemia da Covid-19, segundo Sérgio dos Santos, o ano foi difícil, com muitas restrições, mas estes incómodos mostraram aos integrantes que tudo é possível.
“O resultado é a mudança de atitude, atitude esta que na crença fez-nos mostrar que é possível fazermos o trabalho e concretizar sonhos dos nossos empresários”, frisou.

Fonte:JA

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