O 2º Comandante da Polícia Nacional no Cuanza Norte, Fernando Luís João “Luisão”, está ser acusado de intimidar o jornalista da Rádio Eclésia durante a cobertura de uma manifestação no município de Cazengo, chegando a exigir que este abandonasse o local.
Pedro Manuel Neto, repórter da Rádio Eclésia em Ndalatando e portador da Carteira Profissional nº 3375, exerce actualmente a função de locutor na emissora
O facto ocorreu quando o jornalista, no exercício das suas funções, durante a cobertura de uma manifestação-relâmpago, foi confrontado por efectivos da Polícia Nacional.
De acordo com o profissional de comunicação social, com a chegada do 2º Comandante, este, num tom de arrogância, ordenou que se desligasse a “máquina” de reportagem.
“No entanto, sem me deixar intimidar, continuei o meu trabalho”, afirmou o jornalista.
Pedro Manuel Neto fez saber que, na província do Cuanza Norte, os profissionais da comunicação social, especialmente dos órgãos privados, enfrentam com alguma frequência actos de intimidação, como detenções arbitrárias e ameaças.
“Frases como:
A vossa rádio bem à-toa!
Cuidado, és muito jovem!,
Vocês fazem muito barulho!
E Se continuarem assim, nunca terão emprego no Governo, são repetidamente dirigidas aos jornalistas”, denunciou.
Perante os factos, apela-se ao respeito pelo direito de informar e ser informado, bem como à responsabilização de quem atenta contra as liberdades fundamentais.
O jornalista destacou que a Polícia Nacional não deve impedir o exercício livre do jornalista.
” Enquanto eles trabalhavam, nós também fazíamos o nosso trabalho”, situou.
“Apelamos para que estas situações não se repitam, sobretudo num tempo de paz e numa altura em que celebramos 50 anos da Independência. É lamentável que a polícia ainda imponha obstáculos à actividade jornalística”, lamentou.
De recordar que 4 jornalistas fora detidos em Luanda, no ultimo fim de semana quando faziam a cobertura de uma manifestação de Estudantes angolanos, que pretendiam reclamar a falta de carteiras e merenda escolares.
Entretanto, a Policia Nacional reuniu esta quarta-feira com representantes da Classe jornalística para fortificar as relações, mas insistiu na uniformização dos jornalistas durante a cobertura em Manifestações publicas, para não serem confundidos.
A ONG Internacional CPJ Comité para Proteção dos Jornalistas, lamentou o facto das detenções dos profissionais da comunicação social em Angola.